O genocídio ocorrido no Ruanda há 15 anos vitimou, segundo estimativas oficiais, 800 mil Tutsis e Hutus moderados. As vítimas deste genocídio não foram apenas os ruandeses mortos mas também os sobreviventes que carregam até hoje as marcas físicas e psicológicas de um dos maiores atentados à humanidade, especialmente as mulheres que foram sujeitas a violações sistemáticas e planeadas. As estimativas situam-se entre 250 mil a meio milhão de ruandesas violadas segundo o Relator Especial da Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas.
A violação usada como arma de guerra tornou-se prática comum em vários conflitos, por exemplo no Darfur e na República Democrática do Congo, e deixa um rasto de degradação e sofrimento que é herdado pelas gerações futuras principalmente quando as mulheres são infectadas com o VIH SIDA. Um ataque à mulher simboliza, em certas culturas, um ataque à comunidade inteira e, em alguns casos, as mulheres são excluídas pela sua família e pela sociedade, especialmente quando as violações resultam em gravidezes indesejadas. Isoladas e vivendo na pobreza, muitas das vezes doentes com SIDA, estas são mulheres que precisam urgentemente de apoio e de capacitação para conseguirem sair da pobreza e fazerem a transição de vítimas para sobreviventes.
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